A MÁFIA DAS SEGURADORAS

as Seguradoras em Portugal fazem negócios como bancos: recebem muito e pagam pouco

Depois do 25 de Abril o mercado dos seguros estava completamente em aberto. Com novas políticas sociais em curso, este tipo de negócio via a sua expansão crescente a cada dia, fortalecer-se como negócio lucrativo. Os bancos redefiniam as suas políticas, incentivava-se os clientes a comprarem títulos do tesouro, a investirem na sua segurança social e a criarem seguros de vida, de reforma, de automóvel (de acidentes, portanto) que garantiriam uma melhor defesa pessoal de cada cidadão e mais protecção social. As companhias de seguros tiveram um verdadeiro BOOM e não tardaram a surgir companhias monopolistas, fortemente apoiadas e suportadas por determinados bancos. Mas o reverso da medalha começou quando algumas pessoas recorriam a estes seguros quando necessitavam. Começaram a surgir alguns impedimentos, mais sofisticados nos anos 90, das empresas seguradoras, que levantavam agora dificuldades constantes aos seus segurados, sempre que se tratava de terem de pagar o que por direito lhes era devido. Actualmente são inúmeros os seguros que um cidadão comum tem de fazer para poder viver sem coimas na sociedade portuguesa: segurança social, seguro automóvel, seguro de responsabilidade profissional (em algumas profissões), seguro de responsabilidade civil (em algumas profissões), seguro de recheio de habitação, seguro contra acidentes de trabalho, seguro contra roubo (por exemplo, nos casos de licença de porte-de-arma), seguro de saúde, seguro poupança-reforma, seguro de família… que todos somados, nalguns casos, representam um valor muito superior ao das posses de um cidadão comum, faço aos baixos salários e ordenados dos portugueses.

Entre reclamações e queixas, processos e indemnizações, as companhias de seguros tornaram-se um “parceiro” perigoso dos seus próprios segurados, pois praticavam agora uma política de “só pago se fizeres muito barulho”, caso contrário retardavam ou tentavam mesmo ludibriar os seus clientes, fugindo de todas as formas e feitios às suas obrigações e a pagarem aquilo a que os clientes tinham direito por contrato. Inúmeras leis foram feitas pelo Estado e por diversos Governos, todas a super-proteger os interesses particulares das seguradoras, mais do que os interesses dos clientes. E porquê? Porque na sua maioria, as seguradoras são uma espécie de sub-empresas dos bancos, aos quais chegam a arranjar clientes, pelos acordos e normas internos que possuem. Numa certa perspectiva as seguradoras são elas mesmo bancos, pois recebem dinheiro e raramente pagam. Um negócio chorudo para ambos em que o único prejudicado no processo é justamente o cliente, aquele que paga, e que ainda por cima tem de reclamar pelos seus direitos. O sonho de que Portugal um dia pudesse vir a ter a qualidade de vida de países como os do Norte da Europa, está cada vez mais longe, pois absurdamente, o cidadão cada vez está mais obrigado por lei a fazer seguros de tudo e mais alguma coisa, a pagar a segurança social, e a não ter direito a qualquer pagamento sempre que a necessidade ou circunstância o exija, faz deste lobby das seguradoras uma máfia malévola, associada muitas vezes ao poder corrupto do Estado, dos seus governantes e dos Bancos e dos seus administradores. Mas face à situação global, quantas empresas de seguros não irão falir e quantas pessoas poderão continuar a pagar as suas prestações mensais para não perderem todas as regalias que julgavam estar a acumular para maior segurança e tranquilidade das suas vidas???...