GOVERNO QUER DESEMPREGO FACILITADO E BARATO PARA AS EMPRESAS

Francisco Louçã não tem dúvidas: o Governo é irresponsável e age contra o povo

O líder do Bloco de Esquerda Francisco Louçã respondeu hoje às críticas do primeiro-ministro à moção de censura de iniciativa bloquista afirmando que "lamentável é um Governo que quer desemprego mais barato e mais fácil". O BE quer ver discutida a 10 de março, na Assembleia da República a moção. "E eu digo-lhe directamente que lamentável é o desemprego e um Governo que quer que o desemprego seja mais barato, mais fácil, quer empurrar os trabalhadores mais velhos para o desespero", declarou. O líder bloquista continuou considerando que "lamentável é que tantos jovens, cujos pais se esforçaram por os ajudar a estudar, tenham hoje um curso e só tenham um recibo verde no fim do mês, os jovens cientistas só tenham uma bolsa". Por isso, Francisco Louçã entende que "o importante, o decisivo é que o país possa ter orgulho de si próprio, possa levantar-se de uma forma decidida para combater pelo emprego, contra a precariedade e contra a pobreza em nome de todos e em nome de Portugal". "Agora cada partido é responsável por si", declarou. "Neste momento eu não posso fazer nenhuma apreciação sobre a votação que ocorrerá, eu vou esperar que eles se pronunciem", acrescentou.

O líder do Bloco de Esquerda falava durante uma visita à feira do fumeiro de Vinhais, no Nordeste Transmontano, onde falou também de alguns problemas locais como o recente encerramento do serviço de atendimento permanente (SAP) nos centros de saúde da região. Louçã referiu ainda "a destruição da linha do Tua", que vai ser submersa pela construção da barragem de Foz Tua e "o fim do último rio selvagem em Portugal", o Sabor, com a construção da barragem do Baixo Sabor. "E temos uma agricultura degradada, soubemos recentemente que o Governo fechou as candidaturas aos jovens agricultores", referiu, defendendo que do que Portugal precisa é "de ter mais apoio à criação de produção e à criação de emprego na agricultura para substituir importações, para melhorar o combate ao défice externo português".