ASSASSINADO JORNALISTA QUE DENUNCIOU AS ESCUTAS DO NEWS OF THE WORLD

o jornalista que acusou Andy Coulson do News of the World, foi "limpo" do sistema

O número um e número dois da Scotland Yard já se demitiram por causa deste escândalo nacional britânico. O escândalo das escutas telefónicas ilegais em torno da News Corp de Rupert Murdoch traz todos os dia novas surpresas. Ontem, além de outra demissão - desta vez a do número dois da Scotland Yard, John Yates -, houve uma morte - a do jornalista Sean Hoare, o primeiro a dizer que Andy Coulson (antigo director do tablóide e mais tarde assessor de imprensa do primeiro-ministro David Cameron) conhecia o recurso habitual dos seus subordinados do "News of the World" às escutas telefónicas. A decisão de Yates veio um dia após o seu chefe na Scotland Yard (Polícia Metropolitana de Londres), Paul Stephenson, ter abandonado o cargo e dois após a detenção da directora executiva da News International, filial do império de Murdoch no Reino Unido, Rebekah Brooks. Desde que a polémica rebentou já foram detidas dez pessoas. Sem se aprofundar em detalhes sobre o motivo das demissões, e surpreendido pela ligação entre Stephenson e o antigo director-adjunto do tablóide, Neil Wallis, o presidente da câmara referiu que "as questões sobre a relação entre a polícia metropolitana de Londres e o ''News of the World'' poderiam ser motivo de distracção para os dois polícias antes dos Jogos Olímpicos". O magnata Rupert Murdoch, o filho James - CEO da News Corporation na Europa e Ásia - e Rebekah Brooks vão estar hoje na Câmara dos Comuns para prestar declarações à Comissão de Media. Os três vão ser interrogados sobre o escândalo das escutas ilegais que envolvem mais de quatro mil pessoas e o alegado suborno a agentes da autoridade a troco de informações privilegiadas, para alimentarem as manchetes do tablóide "News of the World" (cuja última edição foi publicada a 10 de Julho), mas também de outros jornais de grupo como o "The Sun", que depois do fim do "News of the World" passou a ser o jornal mais vendido do Reino Unido. A Câmara dos Comuns tem ainda agendado para amanhã um debate sobre o controlo dos media.