CRISE DA BANCA PORTUGUESA PODE LEVAR A MAIOR CONCENTRAÇÃO

fusões e concentração são prenúncios, normalmente, de grave crise e até bancarrota

A difícil conjuntura económica em que Portugal se encontra pode impulsionar movimentos de fusões e aquisições na banca nacional, na opinião do presidente do Montepio, António Tomás Correia, que, depois da OPA ao Finibanco, está agora na corrida ao BPN. "Não vejo que não haja espaço para novas operações. Existe espaço para novos movimentos nesse sentido. E a crise pode potenciar esta tendência", realçou em entrevista à agência Lusa o banqueiro. Falando sobre a Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada com sucesso pelo Montepio ao Finibanco há cerca de um ano, Tomás Correia considera que a mesma permitiu "um salto muito significativo" ao banco mutualista. "Tínhamos a ambição de crescer no mercado. O Montepio tinha uma quota pequena e, com a integração do Finibanco, tem agora uma rede de 500 balcões, em linha com as necessidades", sublinhou. O objectivo atual do Montepio é "potenciar a infra-estrutura" resultante da compra do Finibanco, aproveitando a diversificação do negócio derivada da sua integração. "Actualmente temos uma menor dependência do negócio imobiliário", assinalou. Paralelamente, o Montepio é uma das quatro entidades que apresentou uma proposta no âmbito do concurso de privatização do Banco Português de Negócios (BPN). Os outros interessados são os angolanos do BIC, o Núcleo Estratégico de Investidores (NEI) e uma quarta instituição cuja identidade continua 'no segredo dos deuses'. Até ao final da semana deverá ser conhecido o nome do vencedor desta corrida. O presidente do Montepio revelou, ainda, que a entidade está bem capitalizada e que só necessitará de voltar a emitir dívida dentro de quatro anos, assegurando que cumprirá os rácios de capital acordados com a 'troika' com um ano de antecedência.