DINAMARCA ENTRA NA ESPIRAL DA CRISE: 11 BANCOS FALIDOS DESDE 2008

deverá Portugal olhar para este infeliz exemplo de bancarrota dinamarquês?

O governo dinamarquês permitiu a falência de 11 bancos desde 2008. No entanto, o país está mais dependente dos que restam e os investidores receiam que o Governo se veja obrigado a fazer injecções de capital no sistema financeiro. O custo dos títulos (“credit default swaps” - CDS) que permitem obter cobertura do risco de crédito da dívida dinamarquesa disparou 14 pontos base para 88, segundo a Bloomberg que cita dos dados da CMA. Um nível a que chegaram depois de, no dia 7 de Junho mês, terem estado dos 28 pontos base e que lhes confere o pior desempenho entre todos os Governos que a Bloomberg acompanha. O encerramento dos oito bancos dinamarqueses que capitularam desde a crise financeira internacional, que começou em 2008 com a falência do Bear Sterns e do Lehman Brothers, está a exercer pressão adicional sobre os bancos que restam para que sejam introduzido um sistema de garantia bancária. As tensões acabaram por se agravar quando a Standard & Poor’s disse que existem mais 15 bancos dinamarqueses que poderão enfrentar a insolvência. Os sinais de tensão são mais graves quando se olha para os CDS dos bancos. O contratos que pagam o valor nominal da dívida em caso de incumprimento do Danske Bank subiram oito pontos base para 173 pontos base. Uma taxa que representa um máximo desde Abril de 2009. Na sua nota de análise, a Standard & Poor’s disse que os riscos para a banca são “governáveis”. Os investidores, no entanto, preferiram tomar cautelas numa altura em que a crise da dívida soberana afecta a Europa e os Estados Unidos. Agora, mais de uma década depois da adesão ao espaço Schengen de livre circulação de pessoas na Europa, a Dinamarca recuperou no controlo das fronteiras. Uma medida que surpreendeu os vizinhos alemães e suecos. Qual o motivo? O que teme a Dinamarca? Um país modelo em tolerância, tentado agora pelo isolamento dos problemas económicos, culturais e políticos da velha Europa.