ECONOMISTAS ALERTAM CIMEIRA EUROPEIA QUE "NÃO DECIDIR" SERÁ FIM DO EURO

Grécia no centro do furacão económico da Zona Euro

Economistas afirmaram em carta aberta aos líderes da UE que “decidir não decidir” na cimeira de hoje pode ditar o fim da zona euro. "Os líderes da União Europeia (UE) que se reúnem em Bruxelas hoje enfrentam uma responsabilidade histórica. É essencial que um acordo seja alcançado sobre um plano que previna uma maior escalada da crise", escrevem os especialistas, entre os quais se contam os nomes do conselheiro económico da Comissão Europeia Paul De Grauwe e o director do centro de investigação Bruegel, Jean Pisani-Ferry. Os 13 economistas indicam como centro das suas propostas a expansão do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), uma entidade que "deve ser capaz de tornar os bancos fortes o suficiente para aguentar uma falência [default] da Grécia". Com o título de "Uma chamada à acção: Líderes europeus devem agir para salvar o euro e evitar a recessão", a breve carta lembra que a crise da dívida chegou "ao núcleo da zona euro" ao tocar Espanha e Itália e que o valor de crédito de um terço da região está em causa. "Os decisores políticos europeus colocaram-se na posição de quem vai atrás dos acontecimentos. E isso leva à derrota porque, a cada vez, está-se sempre a tentar resolver os problemas de ontem, não os de hoje", acrescenta Pisani-Ferry, um dos primeiros defensores da ideia das Eurobonds, a emissão conjunta de dívida por parte dos países da União Europeia. Para o director do Bruegel, é a lentidão da resposta aos mercados a principal limitação da receita europeia para lutar contra a crise da dívida soberana nos países da periferia da moeda única, como a Grécia, Portugal e Irlanda, e a janela de oportunidade para que os políticos europeus se tornem mais determinados está agora a fechar-se.