FERNANDO NOBRE CONTINUA À PROCURA DE "TACHO"

Nobre é masoquista e quer continuar a ser "castigado" pela opinião pública

Nobre não exclui regressar à política e tem dúvidas de que Passos consiga tirar Portugal da crise porque a “herança é muito pesada”. Na sua primeira entrevista depois de renunciar ao cargo de deputado e após ter sido rejeitado como presidente da Assembleia da República, o fundador da AMI reage às críticas de que tem sido alvo: "Os que pensavam que estava à procura de um tacho enganaram-se". Em entrevista ao Portugal Digital, Nobre, que está no Brasil, elogia a "dignidade" do primeiro-ministro Passos Coelho, mas manifesta dúvidas de que o novo governo consiga tirar o País da crise. "O governo recebeu uma herança muito pesada: seis anos de governo Sócrates duplicaram o endividamento externo do país e descontrolo das contas públicas; Portugal é hoje o segundo país com maior fuga de cérebros. Uma situação que dificulta muito a tarefa do governo", afirmou o ex-candidato à Presidência da República, acrescentando que "Portugal está numa situação muito difícil" e tirar o país da crise "não tem só a ver com a competência do governo" pois "há factores externos que Portugal não controla". Mais ainda, Nobre considera que toda a Europa está em crise: "Há risco de derrocada do projecto europeu, por falta de liderança, e poderão vir aí crises sociais muito graves", alerta, acrescentando que é preciso criar "uma agência pública de ‘rating' europeia". À última pergunta que lhe foi colocada, sobre se vai continuar a ter uma actividade política activa, Nobre não excluiu um regresso à política: "Vou continuar a acompanhar atentamente tudo o que se passa no meu país e no mundo. O futuro a Deus pertence".